"Nenhum esquema". Montenegro descarta bloco central ou aproximação ao Chega
Ao submeter ao Tribunal de Aveiro a lista da AD - Coligação PSD/CDS pelo círculo deste distrito, Luís Montenegro quis esta segunda-feira voltar a pôr de parte o cenário de um acordo pós-eleitoral com o Chega de André Ventura, assim como qualquer “ideia de bloco central” com o PS. Já Pedro Nuno Santos apelou à concentração de votos no seu partido para "encerrar este capítulo".
Quanto à possibilidade de um entendimento ao centro, Luís Montenegro quis ser taxativo: acordos sectoriais podem vir a concretizar-se, mas não uma reedição de um bloco central.
“A nossa proposta passa por, com essa legitimação, não ter nenhuma solução de governo com o PS - acho que isso se percebe, até porque as nossas propostas são, de facto, alternativas, não há aqui nenhuma ideia de bloco central, de aproximação, nem o país precisa, nem é bom para o país, nem nós temos, de facto, propostas que sejam convergentes, independentemente de depois podermos, sectorialmente, ter um ou outro entendimento que é bom para o país”, desfiou.
Relativamente ao Chega, Montenegro foi, uma vez mais, enfático, excluindo um acordo de governo com André Ventura. Trata-se, nas palavras de Montenegro, de uma força política que “não tem nem postura nem maturidade para assumir essa responsabilidade”. “Quero que os portugueses saibam as balizas nas quais nós nos fundamos para nos apresentarmos para governar o país nos próximos quatro anos e meio são estas. As propostas são, no essencial, aquelas que nós vimos concretizando, que agora serão naturalmente atualizadas e apresentadas nos próximos dias”, vincou.IL, BE, Livre e PAN entregaram durante a manhã as respetivas listas no Palácio de Justiça, em Lisboa. À tarde é a vez do Chega.
Já a ensaiar o tom para a campanha que vai anteceder as eleições antecipadas de 18 de maio, o cabeça de lista laranja propôs-se traçar diferenças entre o PSD e o PS: “Nós temos o objetivo de criar mais riqueza para poder depois redistribuí-la de forma equitativa, de forma justa, para que todos possam ter mais oportunidades de concretizar os seus sonhos. A proposta do PS é distribuir sem criar, o que quer dizer que é o caminho para o empobrecimento”.
Montenegro tornou ainda a fazer a apologia da redução do IRC, uma via, sustentou, que permitiria dotar o tecido empresarial do país de maior competitividade.
“É que, às vezes, baixar a taxa do imposto significa arrecadar mais receita. O PS devia saber isso. Há dez anos, em 2014, o PSD, com o apoio do PS, baixou o IRC em Portugal dois por cento. No final desse ano, a receita do IRC cresceu. Ora, o PS tem uma visão errada do que é criar a riqueza para a poder distribuir”.
A meta do PS. “Trabalhar para ganhar as eleições”
Por sua vez, o líder do PS, que passou também pelo Tribunal de Aveiro, exortou à concentração de votos no seu partido, de forma a derrotar a coligação entre social-democratas e democratas-cristãos e fechar o que considera ser um capítulo de suspeição sobre o poder executivo do país.
“Nós vamos trabalhar para ganhar as eleições. Esse é o nosso grande objetivo e, como nós vimos há um ano, o presidente da República chamou o partido mais votado a formar governo”, começou por assinalar Pedro Nuno Santos. “E por isso é que é tão importante nós concentrarmos os votos no PS para conseguirmos derrotar a AD e formarmos governo”, prosseguiu.
Cabeça de lista por Aveiro, Pedro Nuno Santos procurou mostrar-se confiante nas listas do PS e no respetivo programa eleitoral.
“Temos que encerrar este capítulo e iniciar uma nova fase com propostas que ajudam a resolver de forma eficaz e concreta os problemas dos portugueses. Nós estamos concentrados em ter uma vitória e é nisso só que vamos estar concentrados até ao dia 18 de maio”, insistiu.
c/ Lusa